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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Cerimónia 5 de outubro ficou marcado com incidentes e momentos mais carícatos



Cavaco Silva iniciou as cerimónias oficiais da implantação da República, hasteando a bandeira nacional ao contrário. O final levou outra marca: duas mulheres furaram a segurança e protestaram, uma com gritos e outra com canto.         
A bandeira de Portugal foi hoje hasteada de pernas para o ar pelo Presidente da República, Cavaco Silva, na varanda do Município de Lisboa, no início das comemorações do 5 de Outubro que ficaram ainda marcadas por dois protestos, um dos quais singular protagonizado por uma cantora lírica.

Mal a bandeira começou a subir, ouviu-se entre a assistência, quem chamasse a atenção para o facto, mas a bandeira ainda ficou hasteada durante algum tempo para evitar "dar muito nas vistas", segundo se percebeu na atitude das entidades organizadores que tentaram escapar às câmaras da televisão.
"É o estado do país", ouviu-se entre as pessoas que assistiam à cerimónia, que não deviam chegar a meia centena, ao contrário do que tem sido hábito em anos anteriores. As circunstâncias em que se deu este erro com a bandeira nacional ainda estão por apurar.

Dois protestos que furaram a segurança

As comemorações dos 102 anos da implantação da República, dia que deixará de ser ferido nacional,que já estavam a gerar polémica, dado o caráter particular que lhe foi conferido por uma cerimónia à porta fechada, ficaram ainda marcadas por um protesto de duas mulheres, no Pátio da Galé.
Ainda no final do discurso de Cavaco Silva, uma mulher, que se encontrava no fundo da sala, começou a protestar dizendo que lhe faltava dinheiro, medicamentos, assistência social e que queria falar com algumas das entidades presentes.
A mulher de 57 anos dizia-se desesperada com a sua situação de pensionista com 227 euros por mês e que já estaria na miséria completa senão fosse o filho. "As pessoas têm de começar a gritar, as pessoas têm de começar a falar. Tudo isto é um disparate, com esta gente aqui cheia de dinheiro", gritava quando a segurança a tentava por fora da sala.
Entretanto, irrompe pela sala a cantora líria Ana Maria Pinto a cantar a música "Firmeza" de Lopes-Graça, com um poema Bde José João Cochofel, terminando com uma grande salva de palmas, parecendo até que a sua intervenção fazia parte do programa das comemorações.
"O meu dever cívico é não cooperar, é resistir. Canto pela alma de Portugal", disse a cantora ao Expresso.
"Canção para Fernando Lopes-Graça pôr em música", assim se chama a letra que Cochofel escreveu e que Ana Maria Pinto escolheu para cantar no Pátio da Galé, onde, quase em privado, se assinalava o dia em que a República foi implantada em Portugal, no ano de 1910.
"Não seja o travor das lágrimas/capaz de embargar-te a voz;/que a boca a sorrir não mate/nos lábios o brado de combate./Olha que a vida nos acena para além da luta./Canta os sonhos com que esperas,/que o espelho da vida nos escuta", é o poema que Cavaco Silva não ouviu, por já ter saído por um das portas laterais.

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