Aníbal Malta (Sinde Filipe) Nasceu numa família abastada com raízes ancestrais no Alentejo. Sempre foi rebelde e sempre achou que a família estava demasiado acomodada às terras e aos rendimentos que estas lhes davam. Aos 20 anos decidiu tentar a sua sorte em Lisboa. Começou a trabalhar numa empresa de construção civil e depressa cresceu como empresário. Mais tarde tornou-se dono da empresa e iniciou a construção do Grupo Malta. Ao longo dos anos, diversificou o seu negócio e investiu nas telecomunicações e nas novas tecnologias. Viu no genro, Pedro, a ajuda que lhe faltava para fazer do Grupo um império económico. Confiou nele, se calhar demais. Sempre foi um homem de família mas não teve sorte. A primeira mulher, Isabel, separou-se dele e levou-lhe metade da fortuna.
Constança Borges Malta (Margarida Marinho) Nasceu numa casa com dinheiro e nunca precisou de trabalhar. Gosta muito do irmão, João, mas nunca se deu bem com a irmã mais nova, Catarina. As duas sempre tiveram uma relação distante. Constança tem uma filha praticamente da idade de Catarina e isso também contribuiu para que entre as duas nunca houvesse muita proximidade. Sempre foi obcecada com os pormenores e é uma perfeccionista. Escolheu a área do marketing e da publicidade para se formar, mas nunca veio a exercer de facto essa profissão. Casou cedo, com Pedro Carvalho, e esse facto acabou por transformar a sua vida. Escolheu ser mãe, chefe de família e figura social, a ser uma profissional. Constança adora o pai. A sua força e capacidade de trabalho sempre foram para ela um orgulho. Pedro surgiu na sua vida numa altura de grande turbulência. Ele deu-lhe segurança e ela apaixonou-se pela força que ele lhe trazia numa altura em que o pai vivia uma depressão, pois tinha acabado de perder a segunda mulher. Ama-o. Mas compara-o permanentemente com o pai. A traição de que é vítima e a perda do pai, e de toda a sua riqueza, vão marcá-la profundamente. Constança vai ter de reaprender a viver, a confiar e a amar. E vai encontrar apoio onde menos espera, naquelas que ela aprendeu a olhar de cima, mas que são na verdade os seus verdadeiros amigos.
Pedro Carvalho (Diogo Infante) Nasceu numa família de classe média baixa, do bairro de Alfama. Filho único, sempre se deu melhor com o pai. Sempre foi um sedutor e tem muita facilidade com as mulheres. Ama Constança e só quer que ela reconheça o seu poder e a sua grandeza. Mas como ela não o faz, começa a traí-la. Primeiro com colegas de trabalho, mais tarde com as suas amigas, com as empregadas de casa, com a mãe do namorado da filha. Foi um aluno brilhante e depressa subiu no Grupo Malta, tornando-se no benjamim de Aníbal e no seu homem de confiança. Quando conheceu Constança, Pedro percebeu que ela era a junção entre a beleza e o poder e rapidamente a seduziu. Trouxe-lhe carinho e estabilidade emocional. A primeira humilhação surgiu quando Constança decidiu que iriam casar com separação de bens. Isso foi um claro sublinhar que Constança não o considerava uma pessoa do mesmo meio que ela. O que sempre irritou Pedro foram as comparações entre ele e Aníbal. Mais ainda quando ele começou a dirigir as negociações dos grandes investimentos e assumiu a presidência do conselho Jurídico do Grupo. Nem com mais poder, Constança lhe deu o respeito que ele ansiava. Pedro começou a engendrar o plano que viria a dar-lhe o poder total do Grupo Malta. E conseguiu. Agora só falta reconquistar a mulher da sua vida.
Catarina Fonseca Malta (Sara Barradas) O facto de nunca ter conhecido a mãe marcou Catarina. A falta de uma presença feminina na sua vida foi fundamental para a tornar na pessoa que é hoje. Muito por causa da forma como não foi acolhida no clã Malta, e pela rivalidade que sempre teve com Constança, sempre foi muito rebelde, independente e dedicada às suas paixões. Aos 18 anos saiu de casa e foi ocupar um velho palacete junto a um bairro pobre, pertença de uma tia da sua mãe. Catarina tem o usufruto da casa mas não a pode vender. Gosta do ar velho do edifício e modernizou apenas as divisões que ocupa, deixando as restantes fechadas. Sempre foi um génio com computadores. Nas redes informáticas Catarina está como peixe na água. Assim que acabou o curso, Catarina agarrou a possibilidade de trabalhar numa empresa do Grupo Malta, mas fez questão de começar da posição mais baixa e de não dizer a ninguém que era filha de Aníbal. O pai respeitou a decisão e de há uns anos para cá têm estreitado mais os laços e tornaram-se grandes amigos. É uma mulher muito bonita e com uma energia especial. Nunca teve um namorado fixo, embora tenha tido alguns casos rápidos e fugazes. Mas o seu coração nunca se abriu ao amor. Catarina gosta de sentir que tem um espaço só dela onde se pode refugiar das agressões e da maldade do mundo exterior.
Simão Quintino (Miguel Guilherme) Nasceu num bairro de classe média de Lisboa. O pai trabalhava num restaurante churrascaria e sempre incentivou o filho a perceber alguma coisa sobre o negócio da restauração. O dono do restaurante decidiu tornar Simão no seu sócio e herdeiro do negócio. Após a sua morte, Simão decidiu transformar o restaurante numa churrascaria e começar a vender comida para fora. Nasceu o primeiro “Franguitos Galitos”.
Simão percebeu que estava inserido num bairro complicado e por isso começou a tratar bem a comunidade e depressa tinha o seu respeito. Uma das clientes mais assíduas e que depressa se tornou numa presença permanente na sua vida foi Amélia. Ela era uma das mulheres mais bonitas do bairro e eles apaixonaram-se e casaram.
Amélia tinha a convicção que Simão deveria ser ambicioso e lançar-se em novos voos. O negócio correu bem e depressa começou a gerar muito mais lucro que a loja inicial. Tornaram-se ricos, depressa.
A chegada do primeiro filho foi um momento muito importante para Simão. Já com Saul, o segundo filho, sempre teve dificuldade em dar-se.
Simão é um homem bom. Um homem dedicado ao trabalho. Aos outros. Adora a família e gostava de um dia voltar a amar a mulher como a amou em tempos. É um homem firme, mas com um coração vulnerável a uma paixão repentina.
Amélia Silva Quintino (São José Correia) Foi abandonada à nascença pela mãe e entregue aos cuidados de uma tia que sempre a negligenciou. Amélia passou de facto fome, necessidades, nunca teve um Natal, um dia de aniversário, um carinho ou uma atenção até ser uma mulher casada. Amélia conheceu Simão com 18 anos. Ele não era do bairro e deixou-se impressionar pela sua beleza e pela sua facilidade de seduzir um homem. Foi ela que meteu na cabeça de Simão que devia expandir o negócio. Sempre foi ambiciosa e sonhou alto. E tinha razão. A única coisa que Amélia nunca conseguiu foi fazer com que Simão fechasse a loja do bairro e saísse dali. Amélia é uma mulher ambiciosa. Após o nascimento do segundo filho, decidiu que não ia ser a mãe de família típica. A decisão de colocar os filhos num colégio privado, contra o gosto de Simão, foi o primeiro passo para começar a ascender socialmente. Mas ser a Rainha dos Frangos, não abria a Amélia as portas do mundo que ela ambicionava. Ninguém a convidava para festas, não era vista como uma pessoa que tivesse interesse ter como amiga. Quando Micael conheceu Lara Malta, Amélia percebeu que era essa a oportunidade que tanto esperava. Amélia começou a frequentar a casa dos Malta e percebeu o efeito que tinha em Pedro. Os dois começaram a ter encontros casuais e depressa se tornaram amantes.
Micael Silva Quintino (Rodrigo Trindade) Foi um bebé desejado e sempre conheceu o amor. Isso fez dele um homem seguro, confiante, prático e terra a terra. Nunca lhe faltou nada, mas ele sempre soube dar valor ao facto de ser o trabalho do pai, nas churrascarias, lhe garantiram uma infância feliz e uma adolescência despreocupada. Micael tem um interesse genuíno na Galitos e na forma de gestão que o pai sempre deu primazia: respeito pelos clientes e a familiaridade. É um romântico mas pragmático. E isso é o factor principal que o afasta da mãe e em especial com o irmão, Saul. Quando escolheu o curso universitário, contrariou a indicação da mãe e ingressou em gestão hoteleira. Para Micael trata-se de aprender a teoria de uma prática que ele conhece desde sempre. E poder inovar e levar para a frente o império recente que o pai criou. A convivência no bairro é mais difícil para Micael que para Simão. Ele tem de andar nas ruas. E nem sempre as coisas correm bem. Mas Micael, que até tem físico para vencer confrontos, é um rapaz pacífico. E prefere resolver pelo diálogo as contendas. Micael conheceu Lara numa festa numa discoteca e deixou-se tocar pela sua alegria e por uma certa fragilidade que identificou no seu olhar: Micael percebeu que Lara é muito carente e que precisa de muita atenção, e o seu coração romântico confundiu isso com amor.
Saul Silva Quintino (Luís Simões) O grande drama de Saul é ser sempre comparado a Micael. É mais pequeno, menos bonito, menos herói. E ressente-se disso. Vive em permanente cobiça do que o irmão tem. O orgulho do pai, o sucesso com as namoradas, os feitos no trabalho, os elogios dos amigos. Saul é um menino da mamã. E quando a mamã é Amélia, isso só quer dizer que Saul está a ser construído à imagem daquilo que ela considera ser chique, mesmo que não seja. É um aspirante a betinho. Embora o pai goste muito dele, nunca tiveram uma relação tão próxima como a que Micael tem com Simão e isso marca-o negativamente. Amélia educou-o a olhar para as pessoas como as que “interessam” e as que “não interessam” e Saúl levou isso demasiado à letra. Muito à custa do dinheiro que a mãe lhe dava conseguiu “comprar” uma série de seguidores, com festas viagens e diversão. O que lhe falta em carisma tem em maquiavelismo. Saul é uma pessoa de esquemas. Manipulador, gosta de pôr as pessoas umas contra as outras, para no final aparecer como o conciliador. Abomina o negócio dos frangos e nunca põe os pés numa das lojas do pai. Não percebe porque é que o irmão insiste em trabalhar na loja do bairro. A sua fixação em ser aceite num meio social que nunca será o seu torna-o vulnerável a poder ser manipulado para fazer coisas que são contra a sua natureza.
Lara Malta Carvalho (Filipa Areosa) Primeira filha de Constança, primeira neta de Aníbal. O seu nascimento devolveu ao avô a vontade de viver. Sem que tenha culpa disso, a sua chegada também decretou o degredo de Catarina. Lara surgiu como um raio de sol depois de uma longa tempestade. E lucrou com isso. A mãe sempre a protegeu, sempre a promoveu. O pai adora-a. O avô faz-lhe todas as vontades. Mas Lara não herdou a força dos Malta. Pelo contrário, é muito mais uma Carvalho. Quando percebeu que não era preciso muito para que todos estivessem do lado dela, começou a esforçar-se menos. Desde muito cedo começou a revelar que dava mais valor às aparências e às posses do que ao carácter das pessoas. Muito bonita e adorada por todos os rapazes da sua idade, Lara tornou-se numa princesinha difícil. Teimosa, obstinada e manipuladora, habituou-se a levar sempre a sua avante. Para Lara, o mundo divide-se entre os que têm dinheiro e os que não têm. A tia Catarina sempre foi mais uma prima que uma tia. Nunca se deram bem. Sempre lutaram por tudo. Sempre foram concorrentes às atenções, aos afetos e a um lugar de destaque no clã Malta. Lara conheceu Micael Quintino numa festa e apaixonou-se por ele. Adora-o e acha que ele é o namorado perfeito. Não está pronta para o perder. Muito menos quando descobrir quem é a nova mulher da vida dele.
João Borges Malta (Rui Santos) Sempre foi o filho preferido de Isabel e ela sempre o protegeu e mimou. Desde muito cedo começou a demonstrar a sua aptidão por máquinas em especial veículos de duas rodas. Nunca gostou de estudar e sempre foi o oposto da irmã no que diz respeito a organização e a método. Esse facto sempre o afastou do pai. Fez um curso técnico de mecânica de automóveis e começou a dedicar-se às motas de velocidade. Poderia ter sido um piloto de alta competição não fosse o facto de ser um jovem imaturo e apaixonado que se envolveu com uma modelo e que a engravidou. João conheceu Salomé numa festa. Um mês depois ela comunicou-lhe que estava grávida. Aníbal fez questão de acolher Salomé no seio dos Malta e insistiu para que João se casasse. Quando Maria nasceu, João percebeu que não ia conseguir estar longe da filha. Nos últimos 15 anos, João trocou as pistas pelas boxes. Começou a desenvolver uma mota de competição portuguesa. Acabou de testar um primeiro protótipo com sucesso. João sempre amou Salomé. Mas João não é bom a ler os sinais que o rodeiam. É por isso que desconhece a dependência de Salomé por drogas. Nunca se apercebeu dos gastos de Salomé para sustentar o seu vício. A filha Maria é a sua grande companheira. Ela herdou dele o jeito para as motas e o lado despreocupado.
Salomé Jardim Malta (Mafalda Vilhena) Salomé nasceu na ilha da Madeira. Cedo a sua beleza lhe garantiu que ia conseguir sair da ilha e lançar-se em grandes voos. Salomé ainda era uma teenager mas o seu corpo já era de mulher e não escapou aos olhares astutos dos fotógrafos de moda e aos olhares vorazes de produtores e empresários.
Até conhecer João da Malta, nunca se entregou a nenhum homem. Sentiu que com ele podia fugir do mundo perigoso em que estava metida, e ser feliz. Salomé engravidou. O que poderia ter sido um desastre, foi uma libertação. O facto de ter casado tão cedo também reduziu as suas hipóteses de se tornar uma supermodelo, mas o conforto que o clã Malta lhe deu bastou para que se sentisse feliz.
Salomé gosta de Constança e adoraria que João fosse mais como a irmã. Com Pedro sempre manteve uma relação mais fria. Suspeita que ele a deseja e isso incomoda-a. Com Maria a situação é diferente. Desde cedo que Salomé percebeu que Maria não herdou a sua apetência para moda, vestidos, cabelos, maquilhagens. Enquanto foi criança, Salomé ainda conseguiu mandar no seu guarda-roupa mas há uns anos que desistiu de fazer de Maria uma princesa.
Começou a experimentar cocaína ainda era modelo. Nunca conseguiu livrar-se da sua dependência, o que a tornou também numa mentirosa em relação ao marido.
Maria Jardim Malta (Carolina Loureiro) Quando Maria soube a história da sua conceção e do seu nascimento confirmou aquilo que já intuía. Veio a este mundo para fazer a diferença. É uma lutadora. Uma apaixonada pela vida. Mas é essencialmente prática e descomplexada. Se da mãe herdou os atributos físicos, do pai herdou a curiosidade pelas máquinas e a paixão pela velocidade. Cedo se percebeu que se iria tornar numa companheira de aventuras motorizadas de João.
Gosta muito da família onde nasceu. Dá-se bem com Rodrigo, e está mais perto da sua idade e de há dois anos para cá começou a criar uma amizade engraçada com a tia Catarina. A sua paixão por novas tecnologias encontrou em Catarina uma ouvinte e uma professora ideal.
Embora seja muito cortejada por rapazes da sua idade e outros bem mais velhos, Maria tem reprimido até agora o seu lado sentimental.
As piores discussões que tem com a mãe são quando ela a tenta moldar à sua imagem. Maria não liga para moda nem para a imagem e está-se marimbando para o que os outros pensam das suas unhas sujas de óleo ou dos arranhões. Ela gosta de velocidade, de aventura e percebe pouco a atitude da prima Lara com os homens, ou a obsessão da tia Constança com pormenores supérfluos.
Clara é a sua grande amiga. Tem uma filha com a mesma idade e sempre olhou para Maria como uma sobrinha. São cúmplices.
Sara Pereira Viana (Sarita) (Daniela Marques)É uma miúda inteligente e muito expansiva. Às vezes torna-se inconveniente com as perguntas que faz. As circunstâncias da detenção do pai e o confronto com os polícias armados vão abalá-la. Mas Sarita é uma miúda forte. Apesar de ser filha única não é nada mimada. Gosta muito da mãe e as duas são muito próximas e cúmplices. Acima de tudo, são amigas. Patrícia tenta proteger Sarita dos perigos inerentes a viver ali no bairro e Sarita aprende depressa e obedece à mãe.
Não gosta do tio Diogo, que tem estado fora a maior parte da sua vida. Com a avó a relação é mais conflituosa. Nem sempre estão de acordo em relação às roupas, aos estudos, às opções de alimentação. Mas Sarita é uma rapariga com muita força de vontade e costuma levar a sua avante. Terá uma fase de pesadelos logo após a detenção do pai e manterá sempre a esperança de que ele regresse e a família possa estar unida outra vez. Por isso, não vai gostar nada de ver a proximidade entre a mãe e João e será um dos principais obstáculos a essa relação.
Marco Viana (Miguel Damião)
Sempre viveu no Bairro do Calhau. O pai foi um dos líderes da associação de moradores e Viana sempre o viu mandar e desmandar nos destinos do bairro. Tal como César, cresceu num lar onde a violência doméstica era comum e diária, mas Viana sempre tomou mais o partido do pai do que o partido da mãe. Sempre teve uma postura machista em relação às mulheres.
Isso só mudou quando conheceu Patrícia. Ela era linda, sensual e diferente de todas as mulheres do bairro. Ele cortejou-a, tratou-a bem e não descansou enquanto ela não cedeu aos seus avanços. Patrícia mudou-o muito. Tornou-o mais delicado, mais educado e mais seguro de si. Mas Marco sempre foi dado a violência.
Ganhou a liderança do tráfico no Calhau graças à eliminação sistemática da concorrência. Criou muito inimigos e deu muito nas vistas. Com os seus homens sempre foi muito severo e pouco compreensivo. Se não fosse ter César como braço direito já teria enfrentado muitas revoltas dentro do gangue graça à sua intolerância com os erros dos mais novos do grupo.
É procurado pela polícia há meses, mas graças a César e à sua capacidade de o proteger e ludibriar os agentes da ordem, tem escapado. Até que César decide tomar o seu lugar e os dias de Marco estão contados.
César Pina (Pedro Barroso) Nasceu no Bairro do Calhau e sempre viveu lá. É por isso que as pessoas o conhecem e respeitam. Viveu num lar onde os maus tratos eram constantes. Um dia, César não aguentou mais e quando percebeu que o pai se preparava para bater mais uma vez na irmã Ivone, pegou numa faca e ameaçou-o. O pai saiu de casa e César passou a ser um herói para Ivone.
César sempre foi um rapaz problemático e abandonou os estudos. Quando tinha 18 anos, Viana aproximou-se dele para lhe propor que passasse a ser o seu braço direito no tráfico. A organização de Viana era apenas de alguns dealers. César veio mudar isso tudo. Muito por causa da ajuda de Graciete, a madrinha. Foi também nessa altura que César perdeu a mãe.
O abalo daquela perda só foi mitigado porque Graciete tomou conta dos irmãos. Ivone já era casada com Vítor e o facto de ele ser polícia tinha-a afastado de César. Para ele, perder a mãe encheu-o de responsabilidade. Tinha de garantir que haveria dinheiro em casa para que Sheila, a irmã mais nova, pudesse ter uma infância diferente da que ele e Ivone tiveram.
César sempre teve sucesso entre as raparigas. Normalmente anda com mais do que uma ao mesmo tempo. Cila é a namorada oficial do momento. Ela é menor, cheia de pelo na venta e ciumenta, e isso diverte César. Na verdade, o único vício que César tem são as mulheres.
Sheila Pina (Helena Costa) É a miúda mais sensual do Bairro da Pedra e quando passa na rua ninguém fica indiferente. A irmã mais nova de César é mimada, rebelde e uma bomba de sensualidade. Teve a sorte de nunca ter assistido aos maus-tratos que a mãe sofreu e por isso a vida para ela sempre foi cor-de-rosa. Adora viver no bairro. É muito popular entre os rapazes e todos a disputam. Mas Sheila tem tanto de doce como de cruel e se for preciso usar o irmão para se livrar de um namorado mais renitente em a deixar, ela não tem qualquer problema.
Assim que terminou o 9º ano, abandonou os estudos e começou a trabalhar no Salão Mise. Tentou fazer um curso de maquilhagem e cabeleireiro, mas acabou por ser expulsa da escola profissional.
Sheila vive deslumbrada e secretamente sonha com a chegada de um príncipe encantado, que se apaixone por ela e lhe mostre o outro lado da cidade, o outro mundo que ela sabe que existe, mas que lhe está vedado.
Sheila dá-se muito bem com César e consegue sempre manipulá-lo para ele lhe fazer as vontades. Com Ivone as coisas são diferentes. Como trabalham juntas no salão de Patrícia, entram mais vezes em conflito. Às vezes, exagera numa cor de unhas mais radical, ou num penteado mais esquisito só para ver a irmã em pânico. A única pessoa com quem Sheila não se dá de todo é Vítor.
Valentino Costa (Rui Mendes) Valentino é descendente direto de italianos. A família Costa viveu sempre na zona nobre da cidade. Tinham dinheiro de família e tornaram-se comerciantes, empresários e mais tarde donos do Don Pellegrino. O pai de Valentino, José (ou Pepo) fundou o restaurante nos anos cinquenta. Sempre teve o sonho de o passar a Valentino.
Valentino é um homem culto, romântico, viajado, experiente. Herdou a maior parte das receitas que tornaram o Don Pellegrino famoso da sua “nona”, cozinheira de profissão em Turim, de onde a família Costa é originária. Se não tivesse sido dono de um restaurante seria sem dúvida um excelente crítico culinário. Escolheu Maximiliano Greco, também ele italiano, para ser o chef principal do restaurante por querer elevar o Don Pellegrino a um outro patamar. Maximiliano é o seu braço direito e Valentino depende dele para o sucesso do restaurante.
Casou muito cedo com Manuela, uma italo-portuguesa que lhe deu o filho Gilberto. Valentino nunca pensou em Gilberto para ser o seu sucessor e fez questão que ele se formasse em Direito, para depois escolher a profissão que quisesse. Gilberto optou por ajudar o pai no restaurante e Valentino tem muito orgulho nisso.
Há três anos, Valentino perdeu a mulher num acidente de automóvel. A tragédia abalou-o profundamente.
Gilberto Costa (Nuno Melo) A palavra que caracteriza Gilberto é “Poder”. Tudo o que pai tem de bondade, de bonomia, de diplomacia, Gilberto tem de maldade, de maquiavélico e de implacável. Sempre teve tudo o que queria. Mas nunca absorveu o lado humano dos Costa. Pelo contrário sempre criou uma distância com as pessoas, sempre desconfiou da bondade e sempre se isolou.
Muito inteligente, depressa percebeu que, apesar de o pai se dar com ministros, jogadores de futebol, artistas e banqueiros, eles olhavam para ele apenas como um empregado. E isso sempre o irritou e enfureceu. Quando entrou para a faculdade conheceu Pedro Carvalho. Os dois tornaram-se de imediato amigos e cúmplices durante esse tempo. Quando Pedro casou com Constança, Gilberto foi o único que percebeu a jogada dele.
Gilberto tinha o seu império, ali mesmo no Don Pellegrino, só precisava de o fazer funcionar. Por isso, quando a mãe morreu e o pai se foi abaixo começou a pensar num plano. Criar uma rede de extorsão para fotografar figuras públicas com raparigas de origem duvidosa e depois chantageá-las.
Gilberto nunca se apaixonou de verdade. Mas isso vai mudar quando Constança começar a trabalhar no Don Pellegrino e ela a conhecer melhor. A atracção de Gilberto por Constança será a sua vulnerabilidade. E que o pode transformar.
Ivone Pina Ramiro (Ana Catarina Afonso) Ivone foi quem sofreu mais com a violência a que o pai sujeitou a mãe e é aquela que exibe mais sequelas desses tempos terríveis, em especial ao nível da auto-estima. Apesar de ser bonita e de ter uma enorme capacidade para se apaixonar e para amar, sempre se retraiu.
O episódio em que César a defendeu marcou-a para sempre. Tem pelo irmão um amor incondicional. Não é capaz de o ver com a objetividade com que os outros moradores do bairro o vêem. Ela sabe que ele é um marginal, mas para ela há sempre uma justificação para tudo o que ele faz.
Houve um tempo em que trabalhava num supermercado, longe do bairro. Uma noite, quando vinha do trabalho, foi abordada por um homem que a queria assaltar e violar. O pânico foi enorme. Mas antes que o ataque fosse consumado, surgiu Vítor, que terminava o seu turno na esquadra da PSP.
Ele salvou-a de um destino terrível e possivelmente fatal e ela transferiu para ele a mesma relação de dependência que em pequena transferia para César. Apaixonou-se perdidamente por aquele salvador e decidiu naquele momento que seria o homem da sua vida.
Ivone vive em permanente gestão entre a atividade do irmão e a profissão do marido. Não fala a César das operações de Vítor e não menciona a Vítor os esquemas de César. E tenta viver em paz. Mas nem sempre consegue.
Vítor Ramiro (Rui Luís Brás) Desde que se lembra, Vítor sempre quis trabalhar para a polícia. O pai era militar e sempre lhe incutiu a disciplina e a ordem como valores basilares. Vítor nasceu num lar de classe baixa do bairro da Graça. É filho único. Lisboeta de gema.
Nunca foi um aluno brilhante e por causa disso teve de cumprir o serviço militar logo aos 18 anos, o que o impediu de terminar o ensino secundário. Ingressou na Escola Prática de Polícia e começou a trabalhar na PSP. Logo no primeiro mês teve o encontro imediato com o agressor de Ivone. Dessa detenção tirou mais do que o louvor do seu superior hierárquico. Conheceu a mulher da sua vida, casou e mudou de bairro.
Ivone insistiu para que fossem viver para o Bairro da Pedra e Vítor não se opôs, apesar dos avisos do pai que se ia meter num bairro de marginais e que iria sofrer com isso na carreira. Vítor, pela primeira vez, contrariou o pai e assumiu a mudança de vida.
O início de convivência com César não foi fácil. Assim que Vítor percebeu o tipo de negócio em que César estava envolvido percebeu que a sua vida a partir dali ia ser uma gestão permanente. Mas o carácter firme de Vítor não lhe permite fechar os olhos. Por isso, avisou César que se presenciar algum crime, irá agir como manda a lei. É por isso que, de vez em quando, visita o Café do Largo.
Maneca (Diogo Branco)Maneca é um rapaz inteligente simpático e muito dinâmico. Vive no Calhau há 15 anos. Os primeiros tempos para Maneca no Bairro da Pedra não foram fáceis. Um dia em que as coisas pareciam ir acabar mal e Maneca estava à beira de ser espancado por um grupo de três rapazes, todos muito mais velhos que ele, surgiu César. Na altura, Maneca tinha 11 e César tinha 14. Quando viu Maneca em apuros, César nem pensou duas vezes, colocou-se ao lado de Maneca e tentou afastar os agressores dizendo que trabalhava para Viana. Quando as palavras não surtiram efeito tirou uma arma e apontou-a diretamente à cara de um deles. Os rapazes fugiram com medo e César disse-lhe que a partir daquele dia não teria de ter medo de mais nada e mais ninguém lhe faria mal. Maneca tornou-se absolutamente fiel a César.
Tudo o que Maneca sabe do negócio do tráfico, dos códigos de rua, aprendeu com César. E também aprendeu com ele a proteger os mais fracos e a ganhar com isso o seu respeito e a sua lealdade. É por essa razão que protege Sérgio e que o tem sempre afastado do tráfico. Maneca nunca teve muita saída com as raparigas. Gosta de mulheres mais velhas e Paula vai ser a sua prioridade, quando ele começar a ser a ligação entre o gangue e o esquema no Don Pellegrino.
André Duarte (Ricardo Castro) É daquelas pessoas que nunca desanima. Tem sempre uma palavra bem-disposta, um sorriso e nem com as pessoas agressivas e maldosas conseguem estar muito tempo junto dele sem sorrirem com alguma história que ele conte ou alguma graçola que atire. André vive o dia-a-dia sem pensar muito no futuro. Nunca teve muito. Nunca precisou de muito para ser feliz.
Nasceu numa família modesta mas estável e estruturada que lhe deu segurança e lhe permitiu seguir sempre os seus sonhos. Estudou, fez o curso de hotelaria, chegou a trabalhar numa multinacional ligada ao turismo. Viajou um pouco pelo mundo e quando regressou decidiu montar o seu próprio negócio de viagens. Mas as correram muito mal e André ficou muito endividado. Teve de começar de novo e só arranjou trabalho num restaurante a servir à mesa. Ainda assim, nunca desistiu e está a refazer a vida, aos poucos.
Quando conhecer Constança vai poder partilhar com ela a sua história, as suas experiências e dar-lhe essa força que lhe falta para ter esperança no futuro e coragem para seguir em frente.
André é charmoso, delicado, sincero e alegre. É homossexual, embora neste momento esteja a atravessar uma fase de celibato, uma vez que a sua última relação correu muito mal e como ele diz: “Deixou-lhe sequelas até na alma”
Paula Cunha (Paula Neves) Paula é lisboeta e nasceu no bairro de Alvalade. No entanto, a sua família sempre foi de classe média baixa e Paula sempre percebeu essa diferença. Na escola, as colegas mais ricas gozavam com ela por não ter roupa de marca, os melhores cadernos, o computador mais potente. E Paula cresceu com esse estigma. O seu desejo é de vingar socialmente e mostrar a toda a gente que tem tanta ou mais categoria para vencer na sociedade que qualquer menina de família. É muito ambiciosa. O que não tem em sensualidade compensa em dedicação. Veio para o Don Pellegrino pela mão de Gilberto e depressa se tornou na sua pessoa de confiança. Sempre almejou a ter mais do que um simples cargo de empregada na hierarquia do restaurante, mas para já, Gilberto mantém-na como assistente. Está por dentro do esquema de Gilberto e adora a capacidade que ele tem de manipular e de gerir as coisas com os clientes mais ilustres. Na verdade tem uma paixão por ele, mas ele não parece nada interessado em dar-lhe o troco. Paula vai ser a principal rival de Constança no restaurante. Vê-a como uma ameaça direta à sua posição e vai fazer de tudo para lhe dificultar a vida no Don Pellegrino.
Maximiliano Greco (Marcantónio Del Carlo)
De origem italiana, está em Portugal há 20 anos. Foi Valentino que o trouxe para ser o chef do seu restaurante. Maximiliano não era casado e tinha apenas os pais em Itália e por isso veio à aventura. Tem uma amizade muito forte com Valentino e vê-o como um irmão mais velho.
É muito reservado e embora tenha a alegria habitual nos italianos, tem pouco à vontade com as mulheres e quando está junto delas não se consegue articular muito bem e acaba por falar pouco.
Sempre teve jeito para inventar na cozinha. Foi o pai que o introduziu aos tachos e aos ingredientes, na sua cozinha em Roma. Maxi trouxe uma série de receitas de família e juntou-as à da nona Costa, para fazer um menu rico, apetitoso e tradicionalmente italiano.
Maximiliano dá muito valor aos pormenores. Trata cada ingrediente como se fosse uma peça preciosa. Procura os melhores fornecedores e aqueles que lhe garantem qualidade nos produtos entregues.
Quando Clara e Constança chegarem ao Don Pellegrino os dias de Maxi vão animar-se. Muito por causa das constantes brincadeiras de André, o chef vai deixar de estar tantas vezes refugiado na sua cozinha onde ele cria magia e vai sair mais vezes, dar-se mais com as pessoas que trabalham com ele.
Marisa Nunes (Melânia Gomes) É filha única. Nasceu no seio de uma família pobre e com pouca cultura. Começou por trabalhar num café, até que surgiu a oportunidade de trabalhar como empregada doméstica. A experiência ajudou-a a perceber que uma empregada doméstica partilha todos os segredos dos patrões e que esses segredos podem ser úteis a qualquer momento.
Essa primeira experiência terminou de forma abrupta quando Marisa se envolveu com o filho mais novo dos patrões. Foi despedida, mas como estava na posse de alguns segredos da família, acabou por conseguir uma boa carta de recomendação. E assim surgiu a oportunidade de começar a trabalhar para Aníbal Malta.
Foi escolhida por Clara, que gostou da atitude simpática e prestável. Mas cedo percebeu que Marisa tem duas faces. Pode ser muito simpática num momento e no outro ser uma megera. Quando Pedro conheceu Marisa, de imediato se interessou por ela. Marisa é sensual e está sempre em forma. Gosta de ver um homem extasiado com a sua sensualidade e saciado depois de estar com ela. E se esse homem for o seu patrão, ainda melhor.
O grande problema de Marisa é a sua ingenuidade, que lhe dá muitas vezes uma aparência tonta. E também a ideia de que os homens só olham para ela pelo seu corpo e pela sua disponibilidade para o sexo. Outro problema é falar demais.
Graciete Santos (Manuela Maria) Graciete acompanhou o crescimento do Bairro da Pedra e foi sempre uma referência para os seus habitantes. O café e a garagem da qual é dona e senhoria foram construídos pelo marido. Hoje é viúva e mantém os negócios. Nunca conseguiu ter filhos, por causa de uma doença na adolescência, e quando conheceu a mãe de César teve pena dela e acolheu-a como uma irmã mais nova. Graciete sempre a tentou ajudar. Graciete sempre simpatizou mais com César que com Ivone, com quem sempre chocou. Quando Ivone começou a namorar Vítor, Graciete foi contra e nem sequer esteve no casamento. Para ela, casar com um polícia era uma traição ao bairro. Quando a mãe dos miúdos morreu ela acolheu-os. Foi nessa altura que César começou a gerir o tráfico para Viana e que Graciete começou a ser a fiel depositária do dia-a-dia do negócio. Para Graciete tomar conta do dinheiro e tomar notas das dívidas da droga é uma atividade tão normal como gerir o pequeno café. O Pote e o Caderno são as suas maiores responsabilidades e Graciete defende-os com a vida. No bairro, todos sabem que ela está relacionada com o tráfico e temem-na por isso. Apesar de tudo, ela vai estendendo a sua rede de favores e de ajudas pelos vizinhos mais necessitados e isso faz com que olhem para ela e para César com algum respeito.
Clara Medeiros (Rosa do Canto) Clara Medeiros nasceu na margem Sul. Para ela, Lisboa era um sonho que ela queria conquistar. Aventurou-se sozinha e acabou por entrar ao serviço de Aníbal Malta pouco tempo depois. A morte de Natália fez com que Clara criasse Catarina nos primeiros tempos. Essa foi uma altura em que a sua relação de proximidade com Constança sofreu um abalo. Pouco tempo depois nascia Lara e Constança sentiu que Clara não dedicou tanta atenção à filha como dedicava à meia-irmã. O trabalho em exclusividade na casa dos Malta nunca permitiu a Clara ter muita vida social. O seu marido, Joaquim, morava no Bairro da Pedra e Clara foi viver com ele. A chegada do primeiro filho foi recebida com muita alegria. Foi nessa altura que os Malta contrataram outra empregada para aliviar as responsabilidades de Clara e Marisa apareceu em cena. O nascimento da segunda filha, Cila, foi um momento de grande felicidade, logo seguido de uma tragédia. Joaquim teve um acidente de trabalho e faleceu. Nessa altura, foi Constança que ajudou Clara a suportar a dor e a levantar a cabeça e reagir, pelos filhos. A gratidão de Clara por essa atitude de Constança será eterna. Clara é uma lutadora. Uma mulher de trabalho. Não tem muita cultura, mas compensa essas lacunas com honestidade e bravura. É capaz de fazer qualquer coisa pelos filhos.
Sérgio Medeiros (Ricardo Sá) Nascido e criado no Bairro da Pedra, Sérgio só podia ser filho de Clara. Trabalhador e dedicado, tem um feitio muito parecido com a mãe. Ela é a sua grande heroína, a pessoa que ele mais admira. Sérgio admira a força da mãe e a sua capacidade de nunca desistir, nunca baixar os braços. Perdeu o pai quando ainda tinha 2 anos e não tem nenhuma memória dele. Cresceu rodeado de mulheres. Quando chegou à adolescência, sentiu falta dessa figura masculina e, de certa forma, substituiu-a por Maneca, que foi sempre uma espécie de irmão mais velho para ele. Os dois são muito amigos. Maneca sempre o protegeu do esquema do tráfico, conseguindo impedir que César e Viana o envolvessem nisso. E Sérgio tem uma dívida de gratidão para com ele por causa disso. Tenta tomar conta da irmã o melhor que pode, porque a adora, mas acha que ela é completamente doida. Há alguma cumplicidade entre os dois, que escondem segredos da mãe. Nomeadamente a relação de Cila com César. Sérgio sabe que aquilo não pode acabar bem e tem tentado vigiar Cila e tentar convencê-la a acabar com aquilo. A paixão pelas motas começou quando ainda era pequenino. Nunca teve muita paciência para a escola, mas conseguiu completar o 12º ano. Começou a trabalhar na oficina de César aos 16 anos e é agora o gerente.
Olá qual é o nome da musica do pai de Catarina ?
ResponderEliminarAmanhã estou melhor de Capitão Fausto
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