Luís Filipe Aleluia da Costa, nasceu em Setúbal, a 23 de fevereiro de 1960.
Não teve uma infância fácil, porque perdeu o pai ainda criança e foi vítima de violência doméstica por parte do padrasto, que o agredia – a ele e à mãe. Aos nove anos, acabou por ser retirado de casa e foi colocado na Casa do Gaiato onde cresceu, como o próprio revelou numa entrevista no programa Alta Definição da SIC.
Aos 10 anos começou cedo pelas Artes Performativas tendo colaborado em diversos Grupos de Teatro Amador até ingressar na Companhia de Teatro de Animação de Setúbal onde se profissionalizou e cumpriu o estágio, após o que se mudou para Lisboa onde fixou residência.
Premiado com diversas distinções pela sua atividade de ator, Luís Aleluia é também autor, encenador e produtor de espetáculos, tendo criado a empresa Cartaz - Produção de Espetáculos, que desde 1992 tem desenvolvido um importante trabalho no âmbito da descentralização.
O ator cursou Ciências da Comunicação na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas / Universidade Nova de Lisboa. E ainda foi cooperador da SPA - Sociedade Portuguesa de Autores e membro da direção da Casa do Artista durante três mandatos.
Carreira no teatro
Com 40 anos de carreira, Aleluia tem participado várias peças de teatro, entre elas teatro de revista.
A base do Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa tem na revista Há, mas são verdes!", o registo mais antigo da sua presença em palco. Foi em 1982, no Teatro Variedades, em Lisboa.
Em 1987, integrou o elenco de Cá Estão Eles no Parque Mayer com Camilo de Oliveira, Luís Mascarenhas, Rosa Villa e Dulce Guimarães.
No ano seguinte, entrou para o elenco do Teatro Maria Vitória, afirmando-se em Quem Me Acaba o Resto?, num percurso que se estenderia de espetáculos como O Bem Tramado a Vamos Contar Mentiras, este já de 2011.
Ao longo dos anos, entre muitas outras produções, atuou em Piaf!, no Casino Estoril, em A Curva da Felicidade, de Eduardo Galán e Pedro Gómez, no Centro Dramático de Oeiras, e em Partitura Inacabada, sobre Platonov, de Anton Tchekóv, e recentemente Noite de Reis no Teatro da Trindade.
Carreira na Televisão
Também na área do Cinema e principalmente na Televisão, Luís Aleluia tem desenvolvido um percurso profissional de grande impacto pelas qualidades técnicas desenvolvidas, não só como actor mas também como autor de textos dramáticos e cómicos. Participa pela primeira vez num programa de televisivo, na qualidade de ator convidado, num dos episódios da série Homens da Segurança, produzida pela Atlântida-Estúdios, empresa que o convidaria mais tarde para protagonizar uma série de 18 episódios intitulada Sétimo Direito, coprotagonizada por Henrique Santana, Lia Gama e Cláudia Cadima.
Em 1989 fez um participação especial na mítica série Duarte e Companhia.
Para a E.V. - Estúdios de televisão, a produtora que faliu, a convite de Nicolau Breyner, colabora em diversas peças de teatro e séries: Daqui Fala o Morto, O Deslize de Isabel, O Cacilheiro do Amor e o O Posto onde contracenou com com prestigiados atores: Ruy de Carvalho, António Montez, José Raposo, entre outros.
Participou nas telenovelas Passerelle de 1988 e a divertida Na Paz dos Anjos em 1994 no papel de Fernando Lencastre. Haveria de participar, mais tarde em 2001 em Filha do Mar, onde se destacou no papel de Migalhas, emitida pela TVI e em 2020 na SIC na 4ª temporada de Golpe de Sorte, onde dava a vida ao Padre Bento, curiosamente, na vida real que quis ser.
Com o encenador e produtor Filipe La Féria, intervém, como ator convidado, em dois programas da série Cabaret em 1992, posteriormente, como protagonista, em quatro peças de teatro produzidas para o programa Comédias de Ouro, emitidas pela RTP: O Vison Voador, Por Favor Matem a Minha Mulher, O Fusível e Paris Hotel.
A convite de Francisco Moita Flores e, para a empresa Antinomia, participou nas séries de época: O Conde de Abranhos (2000), Alves dos Reis (2001) e O Processo dos Távoras (2002).
Fez umas participações especiais nas séries Super Pai da TVI em 2001 e em 2002 Sociedade Anónima e Fábrica das Anedotas na RTP.
Registam-se neste período outras participações em séries e programas de comédia, entre os quais para a SIC: Sai da Minha Vida (1996), Malucos do Riso (1995) Patrões Fora (2021) e para a RTP: Euronico (1990), Nico D'Obra (1994), Sozinhos em Casa (1994), A Mulher do Senhor Ministro (1995), Isto é Agildo (1995) Companhia do Riso (1999), Não és Homem, Não és Nada (1999), Os Compadres (2011) e Agora é a Sério (2015).
Durante cinco anos consecutivos, como ator residente e co-autor dos textos humorísticos nos programas da RTP Praça da Alegria e Portugal no Coração juntamente com o seu amigo de longa data Guilherme Leite, dezena e meia de figuras, com relevo para as personagens: "Senhor Engenheiro", "Irmãos Capela", "Donatina" e "Meias Solas".
Em 2006, a dupla protagonizaram uma série humorística intitulada Olha Que Dupla, que nunca foi exibida na RTP1, contudo, foi transmitida mais tarde na RTP Memória em 2014.
Em 2013 e 2016 integrou o elenco da série de sucesso da RTP, Bem-vindos a Beirais, no papel do agente da GNR Júlio Gameiro.
Em 2020, participou na série Crónica dos Bons Malandros da RTP, inspirado na clássica obra de Mário Zambujal.
Também na RTP em 2021 integrou o elenco do grande sucesso Pôr do Sol no papel de Sebastião e brevemente Ao Largo.
Em 2023, fez uma pequena participação especial na minissérie biográfica do popular cantor Marco Paulo na SIC.
O último projeto televisivo foi na novela de grande sucesso Festa é Festa da TVI, que podemos ver brevemente, onde dava a vida à personagem Agostinho, o tio da carismática Aida, interpretada por Ana Guiomar.
O fenómeno do Menino Tonecas
Apesar de todas estas intervenções em televisão, Luís Aleluia conseguiu maior popularidade pelo seu desempenho na série As Lições do Tonecas entre 1996 e 2000, baseado na popular obra de José Oliveira e Cosme, cujo papel de protagonista desempenhou ao longo de quatro anos consecutivos, contracenando com o saudoso ator Morais e Castro, no papel de professor.
O sucesso do programa haveria de conduzir à produção de um programa infantil intitulado: O Recreio do Tonecas que ocupou durante algum tempo a grelha de programação das tardes da RTP.
E até especiais como O Natal do Tonecas, As Férias do Tonecas, e Tonecas Regressa as Aulas.
O programa As Lições do Tonecas está considerado como o de maior impacte da indústria da televisão portuguesa na década de 90 pelos resultados alcançados, tendo, inclusive servido de base a diversos estudos sociológicos e ensaios, no campo universitário, alguns publicados. Beneficiando das retransmissões pela RTP Madeira, RTP Açores, RTP Internacional e RTP África, a série chegou a atingir a sifra de 25 milhões de espectadores. Pelo desempenho e grande impacte profissional, Luís Aleluia viu distinguido o seu trabalho com diversos prémios destacando-se, entre outros, o troféu Nova Gente, na categoria de melhor ator de televisão em 1997.
Contudo, o programa nunca foi transmitido na RTP Memória por questões de direitos.
Em 2001, voltou a formar dupla com o saudoso Morais e Castro na série Patilhas e Ventoinha, baseado na rábula radiofónica dos Parodiantes de Lisboa, mas não teve grande sucesso.
Luís Aleluia continuou a vestir o papel de Tonecas em alguns momentos pontuais.
Em 2005, decidiu pôr fim à personagem.
Vída Pessoal
Luís Aleluia foi casado com Zita Faveretto e tinha dois filhos adotivos João e o José (o mais velho que tem síndrome de Asperger).
O ator foi encontrado morto na garagem da sua casa a 23 de junho de 2023, na noite de São João, pouco tempo depois fez uma publicação onde se lê a frase "Façam o favor de ser felizes" de Raul Solnado.
Fonte: Wikipédia (adaptado)
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