Acontecimentos nacionais
Luís Montenegro eleito Primeiro-Ministro
Ponto final, parágrafo em oito anos de governação socialista. A coligação AD (PSD, CDS e PPM) venceu as eleições legislativas antecipadas de 10 de março, após a demissão de António Costa. Luís Montenegro veste o fato de primeiro-ministro, mas não alcança a maioria. O Chega, que deu um salto de 12 para 50 deputados, foi outro dos vencedores da noite. O PS ficou em segundo: perdeu 42 deputados e meio milhão de votos. O Governo tomou posse em abril e, desde então, aumentou forças de segurança, chegou a acordo para a reposição do tempo de serviço dos professores, deu um bónus aos pensionistas e restringiu a entrada de imigrantes, entre outras medidas. Da Saúde à Administração Interna, também enfrentou várias crises. Remetido para a oposição, o PS, de Pedro Nuno Santos, começou por dizer que seria “praticamente impossível”, mas acabou por viabilizar o Orçamento do Estado e uma descida do IRC, mas fez aprovar um aumento suplementar de pensões para 2025.
Vitória socialista nas europeias e Costa em Bruxelas
"Éramos felizes e não sabíamos". A frase foi dedicada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a António Costa. O ex-chefe do Governo é o primeiro socialista a ser eleito António Costa. Apesar de ainda estar sob investigação na Operação Influencer, Costa garantiu o cargo e prometeu trabalhar em prol da unidade da UE. Vai fazer equipa com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que foi reconduzida. A antiga ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque é a nova comissária portuguesa. Fica com a pasta dos Assuntos Económicos e Monetários. Nas eleições europeias de junho, o PS, ainda a lamber as feridas das legislativas, venceu e a antiga ministra da Saúde Marta Temido tornou-se na primeira mulher a ganhar uma eleição em Portugal. Vai estar num Parlamento Europeu com mais eurocéticos e eurodeputados de extrema-direita.
Incêndios de setembro
Sete anos após a tragédia de Pedrógão Grande, Portugal voltou a viver o drama dos grandes incêndios com vítimas e perdas materiais avultadas, no norte e centro do país. Na semana crítica, entre 15 e 21 de setembro, foram registados nove mortos, entre os quais quatro bombeiros, e mais de 150 feridos. Várias aldeias foram evacuadas e o fogo, que destruiu dezenas de casas e negócios, só parou quando as condições climatéricas mudaram. Desde o início do ano até 15 de outubro, arderam 136.424 hectares, a maioria durante o fatídico setembro. 2024 é o terceiro pior ano em área ardida da última década. Em agosto, tinha sido a Madeira a lidar com um grande incêndio, que durante 12 dias consumiu mais de 5 mil hectares. Cerca de 200 pessoas foram retiradas de casa por precaução. A 30 de agosto, um helicóptero que regressava do combate a um incêndio caiu no rio Douro, na zona de Lamego. Morreram cinco militares da GNR. Só o piloto sobreviveu.
Comissão de Inquérito do caso das gémeas luso-brasileiras
O caso das gémeas luso-brasileiras, com atrofia muscular espinhal, continuou a fazer manchetes — e arguidos — em 2024. António Lacerda Sales, antigo secretário de Estado da Saúde, foi constituído arguido, por alegadamente mandar marcar uma consulta no Hospital Santa Maria. O filho do Presidente da República, Nuno Rebelo de Sousa , — considerado uma peça-chave no caso — também é arguido, juntamente com Luís Pinheiro, ex-diretor clínico do Santa Maria. O caso corre na justiça e numa Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), onde o filho de Marcelo Rebelo de Sousa fintou todas as perguntas e Lacerda Sales foi acusado de mandar marcar a consulta. Daniela Luzado Martins, a mãe das gémeas, foi ao Parlamento negar ter pedido a Nuno Rebelo de Sousa para meter uma “cunha”. "Numa conversa, supostamente informal, vangloriei-me. Afirmei ter havido uma rede de influências (...). Fui parva, errei e errei porque disse algo que não era verdade", sublinhou.
Salgado e Sócrates, dez anos depois
Uma década após a resolução do Banco Espírito Santo e da prescrição de alguns crimes, o julgamento do caso BES/GES começou. Na primeira audiência, o principal arguido Ricardo Salgado, de 80 anos, entrou no tribunal debilitado. Foi identificado e dispensado de estar nas sessões seguintes devido ao diagnóstico de Alzheimer. Noutro caso mediático, a Operação Marquês vai para a fase de julgamento, algures em 2025. A decisão foi conhecida 10 anos após a detenção de José Sócrates. O antigo primeiro-ministro, que apresentou nos últimos anos quase meia centena de recursos e reclamações, vai responder por 22 crimes, entre os quais corrupção. O ano da justiça fica ainda marcado pela nomeação do novo procurador-geral da República, Amadeu Guerra. Sucedeu a Lucília Gago, num mandato marcado na reta final pela Operação Influencer, que levou à queda do Governo de António Costa.
A fuga dos cinco recluso na cadeia de Vale de Judeus
Saltaram o muro e desapareceram sem deixar rasto, como na famosa série Prison Break. A fuga de cinco reclusos perigosos do estabelecimento prisional de Vale de Judeus, na Azambuja, deixou o país estupefacto e expôs problemas nas prisões. A evasão, ocorrida a 7 de setembro, demorou seis minutos e contou com ajuda do exterior. Só foi detetada pelos serviços prisionais uma hora depois. A ministra da Justiça concluiu que a “fuga resultou de uma cadeia sucessiva de erros e falhas muito graves, grosseiras, inaceitáveis". Rita Júdice ordenou uma auditoria aos sistemas de segurança dos 49 estabelecimentos prisionais do país. Rui Abrunhosa Gonçalves, diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, demitiu-se. Três reclusos — Fábio Loureiro (conhecido como Fábio Cigano), Fernando Ribeiro (conhecido como Fernando Careca) e Shergili Farjiani — foram capturados em Marrocos, Trás-os-Montes e Itália, respetivamente, mas outros dois fugitivos estrangeiros o britânico Mark Roscalleer e Rudolfo Lorhmann (conhecido como "El Ruso") continuam a monte.
Tumultos após a morte de Odair Moniz
Cova da Moura, Amadora, madrugada de 21 de outubro. Uma perseguição policial termina na morte de Odair Moniz, baleado por um agente da PSP. O homem, de 43 anos, tentou agredir os agentes com uma faca? Há versões contraditórias que a investigação em curso vai tentar esclarecer. O “incidente infeliz”, como classificou a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, desencadeia uma onda de tumultos na região da Grande Lisboa. Foram várias noites de confrontos, carros incendiados, bairros cercados pelas forças de segurança e um motorista da Carris ferido com gravidade, atacado por um gangue. O Governo reuniu-se com várias associações para identificar os problemas nos bairros da capital e lançou a operação “Portugal sempre seguro” em vários pontos do país. “Portugal é um país seguro, mas não pode viver à sombra da bananeira”, declarou o primeiro-ministro. Luís Montenegro “quer alimentar uma perceção de insegurança” e “cavalgar essa onda”, criticou a oposição.
Falhas no INEM
Nova ministra, um plano de emergência e mais um ano difícil na Saúde. Depois da demissão do diretor-executivo do SNS e de um “verão quente”, com o encerramento de urgências hospitalares, Ana Paula Martins enfrentou nova crise em novembro. Pelo menos, 11 pessoas morreram à espera de socorro durante a greve às horas extraordinárias dos técnicos de emergência pré-hospitalar do INEM. Depois de noticiados os casos das primeiras mortes, a paralisação acabou por ser suspensa após uma reunião entre sindicato e ministra da Saúde. A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e o Ministério Público (MP) abriram inquéritos para apurar se houve causa-efeito entre a falta de socorro e as mortes de doentes. O Governo foi acusado de ignorar o pré-aviso de greve no INEM e a ministra da Saúde admitiu assumir responsabilidades quando forem conhecidos os resultados das investigações.
Crise na comunicação social
Foi a primeira greve geral de jornalistas em quatro décadas e aconteceu a 14 de março. Os motivos: baixos salários, precariedade e degradação das condições de trabalho dos jornalistas. A paralisação foi convocada na sequência do V Congresso dos Jornalistas e da grave crise no grupo Global Media (JN, DN e TSF), que entretanto encontrou novos investidores. A Trust in News (TiN), que detém a revista Visão, entre outros títulos, também atravessa grandes dificuldades. Foi considerada insolvente e, para janeiro, está marcada uma assembleia de credores para apresentação de um plano de recuperação. Em 2024, o Estado comprou ações da Global Media e ficou com 95,9% da Agência Lusa e o Governo apresentou medidas de apoio à comunicação social, no valor de 79 milhões de euros. Mais de metade da verba destina-se à reestruturação da RTP. O plano prevê a eliminação de publicidade da televisão pública, uma medida rejeitada pela oposição no Parlamento.
Acontecimentos regionais (Açores e Madeira)
Boleiro reeleito nas Eleições Regionais
Depois do Plano e Orçamento 2024 a ser reprovado, os Açores foram a votos a 04 de fevereiro que levaram pela primeira vez, à vitória da coligação PSD/CDS-PP/PPM liderado por José Manuel Boleiro, sem maioria absoluta, levou à derrota do PS de Vasco Cordeiro que deixou a liderança do partido e sendo substituído por Francisco César, filho do antigo Presidente do Governo Regional Carlos César.
Crise política na Madeira
O país assistiu em janeiro a uma operação de grande envergadura na Madeira, batizada de "Zarco", com 150 elementos da Polícia Judiciária a aterrar na ilha em aviões militares. O presidente do governo regional, Miguel Albuquerque, é arguido, juntamente com o então autarca do Funchal Pedro Calado e dois empresários da construção, investigados por corrupção. A juntar ao caso de justiça, uma crise política. Miguel Albuquerque demite-se, recandidata-se e vence as eleições de maio sem maioria (36,13%), naquele que foi o pior resultado do PSD desde 1976. O programa do governo passa à justa no parlamento regional e, em agosto, a Madeira é assolada por incêndios durante 12 dias. Albuquerque foi acusado pela oposição de desvalorizar o problema e demorar a pedir ajuda a Lisboa. Chegou o inverno e o Chega avança com uma moção de censura — que foi votada a 17 de dezembro e fez cair o governo — e o orçamento foi chumbado no Parlamento. Se houver novas eleições, Albuquerque já disse que será candidato.
Incêndio no Hospital da Ponta Delgada
A 04 de maio, na manhã de sábado, um incêndio deflagrou no Hospital do Divino Espírito Santo em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, num altura em que decorriam as Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres, que obrigou à transferência de todos os doentes internados para outras unidades de saúde, incluindo para fora da região, provocando um prejuízo estimado em 24 milhões de euros.
Fim do jornal Incentivo do Faial em edição de papel
A 3 de janeiro, o único jornal diário da ilha do Faial publicou a sua última edição em papel e passou estar apenas disponível em formato online em www.jornalincentivo.com.
Acontecimentos internacionais
1000 dias da guerra entre a Rússia e Ucrânia
O terceiro ano do conflito é marcado por dificuldades para a Ucrânia. Dificuldades no armamento, potenciadas pelo bloqueio do fornecimento de armas e munições nos EUA durante grande parte do ano, assim como na recruta de novos soldados (para fazer face a perdas estimadas em 57 mil homens desde o início da guerra), tiraram a guerra da situação de impasse — a Rússia fez avanços consistentes ao longo de 2024. Tentando conter os danos, a Ucrânia fez a primeira ofensiva direta contra território russo, na região de Kursk, apanhando Putin de surpresa — por pouco tempo. No ano da morte do opositor russo Alexei Navalny, Volodymyr Zelensky continuou a cruzar o mundo (incluindo Portugal) à procura de mais apoio; avançou, pela primeira vez, o seu próprio plano para a paz; e reconheceu que a entrada na NATO pode acontecer sem incluir os territórios de Leste ocupados, numa primeira fase. A Coreia do Norte entrou na guerra para ajudar a Rússia, e os EUA autorizaram a Ucrânia a utilizar mísseis de longa distância contra o território russo. Em outubro, as Nações Unidas estimavam que mais de 12 mil civis já tinham morrido na guerra — apontando que o número verdadeiro deve ser maior.
Guerras entre Israel e o Hamas
O conflito que começou a 7 de outubro de 2023, e que já ceifou mais de 40 mil vidas, ainda não terminou. Pelo contrário, expandiu-se. Em 2024, Israel invadiu o Líbano, para evitar “ataques em grande escala” do Hezbollah, e levou a cabo um ataque invulgar com “pagers explosivos”. Atacou também “alvos militares” no Irão. Tanto o líder do Hamas como o do Hezbollah, Yahya Sinwar e Hassan Nasrallah, respetivamente, foram mortos em operações levadas a cabo pela Mossad. Crítico da situação humanitária em Gaza e do escalar do conflito, António Guterres, secretário-geral da ONU, foi declarado persona non grata e proibido de entrar no país. Com o intuito de não deixarem cair a possibilidade da solução de “dois Estados”, Espanha, Eslovénia, Irlanda e Noruega avançaram com o reconhecimento da Palestina. Em novembro, o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de captura para Benjamin Netanyahu, para o seu antigo chefe da Defesa e para um líder do Hamas, Ibrahim Al-Masri. Já perto do final do ano, Israel assinou um acordo de cessar-fogo com o Líbano. E, com a queda de Assad, virou-se para a Síria.
Trump volta a ser Presidente dos EUA
Um candidato atacado, outro substituído, distorção de factos e casos judiciais. A eleição de 2024 foi uma das mais atribuladas da história dos EUA. Donald Trump começou por sofrer uma derrota ao ser considerado culpado no caso Stormy Daniels, mas, por outro lado, o Supremo deu-lhe imunidade parcial no ataque ao Capitólio. O primeiro debate da campanha foi um desastre para o democrata Joe Biden, de 82 anos, que acabou substituido pela "vice" e mais jovem Kamala Harris. As hostes democratas animaram-se, mas Donald Trump — que pelo meio escapou a uma tentativa de assassinato — venceu as eleições "sem espinhas". Apoiado pelo todo poderoso Elon Musk, o Presidente eleito avisou ao que vem: uma equipa mais radical, aumento geral de taxas alfandegárias, a deportação de milhões de pessoas e pôr fim à guerra na Ucrânia.
O fim de um era na Síria
Passadas mais cinco décadas, a família Assad deixou de ter mão nos destinos da Síria. Em dezembro, uma ofensiva relâmpago, protagonizada por uma coligação de grupos rebeldes, entre os quais os islamitas do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), fez cair o regime de Bashar al-Assad. Em 12 dias, os rebeldes conquistaram a segunda maior cidade do país, Alepo, e depois rumaram a Damasco. Com todos os esforços de guerra concentrados na Ucrânia, a Rússia não foi em auxílio de Assad para ajudar a suprimir a rebelião, como aconteceu na Primavera Árabe. O país vivia uma guerra civil há 13 anos. Ainda antes de a capital ser tomada, o Presidente deposto e a sua família fugiram para Moscovo. Mohamed al-Bashir foi nomeado primeiro-ministro interino do Governo de transição sírio até 1 de março. Até lá, o país deverá ir a eleições. As ligações do grupo HTS à Al-Qaeda e outros movimentos extremistas turvam, porém, o futuro da Síria.
Protestos após ataque na Inglaterra
Nem todas as notícias falsas ficam perdidas no éter digital. O que aconteceu após o ataque à faca em que morreram três crianças (uma das quais filha de portugueses), num centro recreativo em Southport, a 29 de julho, é prova disso. Grupos de extrema-direita, com destaque para a Liga de Defesa Inglesa, espalharam nas redes sociais a informação incorreta de que o responsável pelo ataque — Axel Rudakubana, 17 anos, nascido no País de Gales e filho de pais ruandeses — era um requerente de asilo que havia atravessado o Canal da Mancha de barco. Durante o mês de agosto, uma onda de motins e protestos anti-imigração assolou o país, desafio que o primeiro-ministro trabalhista recém-eleito, Keir Starmer, teve de enfrentar. Centenas de pessoas foram detidas, mesquitas vandalizadas e dezenas polícias acabaram feridos. Starmer mal teve tempo para celebrar a primeira vitória do Partido Trabalhista em eleições legislativas, depois de 14 anos de Governo conservador.
Tempestade violenta em Valência
Calamidades climáticas marcaram o ano. Depois dos incêndios de setembro em Portugal, a 29 de outubro, o fenómeno meteorológico DANA provocou cheias bíblicas em Valência, deixando um rasto de destruição sem precedentes nos últimos anos. A falta de resposta eficaz e imediata à catástrofe natural deixou mazelas políticas, mas, sobretudo, resultou em mais de 230 mortos e mais de dois mil desalojados que ainda não conseguiram regressar a casa. Os danos materiais são astronómicos. O governo espanhol gastou mais de 10 mil milhões de euros só no arranque do plano de ajuda. Mas não foi só Espanha a sofrer com catástrofes naturais. A tempestade Boris atingiu a Europa Central e Oriental e provocou as piores inundações em cerca de 30 anos, resultando em 18 mortos. No Brasil, cheias no Rio Grande do Sul deixaram mais de uma centena de mortos e o Pantanal sofreu com a seca. Nos EUA, os furacões Helene e Milton causaram cerca de 250 mortos e prejuízos de milhares de milhões de euros. Apesar da realidade das alterações climáticas, o Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, prepara a saída do acordo de Paris, para limitar o aquecimento do planeta.
Acontecimentos desportivos
A vitória do Sporting e a despedida de Ruben Amorim
Quando chegou a Alvalade, perguntou “e se corre bem?”, naquele seu jeito, requisitando mais espaço no museu. Dito e feito. Depois de derreter o jejum de 19 anos dos leões sem o título nacional, em 2021, Ruben Amorim repetiu a festa no Marquês de Pombal em 2024, prometendo atacar o bicampeonato que não acontece há qualquer coisa como 70 anos. “Vamos ver”, disse, largando depois o microfone. Estava tudo bem encaminhado, com 11 vitórias em 11 jogos na Liga (e cinco troféus nas vitrines do clube), até que Erik ten Hag foi despedido do Manchester United. Os senhorios do “Teatro dos Sonhos” tocaram as campainhas certas e ele decidiu abandonar Lisboa, para uma missão que muitos dizem ser impossível, ainda que tenha lido aqui e ali que tem “aura de Ferguson”. Amorim, com apenas 39 anos, é o treinador mais jovem do United desde 1969, quando Wilf McGuinness (31) sucedeu a Sir Matt Busby. Em Manchester, faz frio e chovem incertezas. Por cá, como sabemos, o vento mudou…
O novo ciclo no FC Porto
Após cerca de 40 anos, Jorge Nuno Pinto da Costa deixa de ser presidente do FC Porto. O histórico líder dos dragões concorreu a mais um mandato, mas acabou derrotado por André Villas-Boas por uma margem que não deixou dúvidas; 80-20. A situação financeira não está fácil e ainda se aguarda uma auditoria para saber a real situação de clube e SAD. Fora das quatro linhas, nota para a detenção de Fernando Madureira mais conhecido como "Macaco". No âmbito da Operação Pretoriano, o agora ex-líder dos Super Dragões é acusado de vários crimes, incluindo ofensa à integridade física, coação e ameaça agravada, entre outros. O processo avançou depois de uma assembleia geral, em novembro de 2023, em que houve incidentes no pavilhão do Dragão.
A queda de Schmidt e o regresso de Lage no Benfica
Roger Schmidt tinha sido campeão pelo Benfica na primeira temporada, mas na segunda época o nível exibicional desceu muito e os encarnados terminaram no segundo lugar, atrás do Sporting. Muitos adeptos pediram para o técnico alemão já não iniciar o terceiro ano, mas o presidente Rui Costa insistiu. Apesar disso, o início não foi bom e Schmidt acabou despedido à quarta jornada do campeonato, a 31 de agosto, após uma derrota e um empate. Foram 115 jogos de águia ao peito, com 80 vitórias e 15 derrotas. O comando técnico está agora entregue a um filho da casa, que está de regresso à Luz: Bruno Lage. Este foi igualmente o ano em que voltaram os casos judiciais. Foi conhecida a acusação do chamado “caso dos emails”, revelados por elementos do FC Porto. A Benfica SAD está acusada de vários crimes, entre os quais corrupção ativa e fraude fiscal, juntamente com o antigo presidente Luís Filipe Vieira e o ex-assessor jurídico Paulo Gonçalves.
Ronaldo chega os 900 golos
O capitão da seleção portuguesa continua a sua caminhada rumo à “Pelézação” do seu legado, mirando a fronteira dos 1.000 golos. Para já, não está mal. Cristiano Ronaldo, na terceira época no Al Nassr da Arábia Saudita, já alcançou os 916 golos desde que deu os primeiros pontapés na bola em Alvalade. A marca histórica redonda (900) aconteceu a 5 de setembro, aos 34 minutos do Portugal-Croácia, a contar para a fase de grupos da Liga das Nações. Pela seleção nacional, o eterno 7 fez 135 golos, menos cinco dos que marcou na Liga dos Campeões. O artista do drible, que celebrou 145 golos nas duas passagens por Manchester, deu lugar ao killer demolidor no Santiago Bernabéu: foram 450 golos com a camisola do Real Madrid. Na Juventus, em Turim, meteu 101 golos. No início da promissora carreira, no Sporting, assinou cinco golos. O primeiro aconteceu contra o Moreirense, a 7 de outubro de 2002, na jornada 6 da Liga Portuguesa. A primeira vítima foi João Ricardo.
A febre do ouro olímpico
Portugal conseguiu, em Paris 2024, os melhores resultados de sempre em Jogos Olímpicos: 57 pontos, quatro medalhas e 14 diplomas olímpicos. Foi decisivo (e histórico) o contributo de Iúri Leitão no ciclismo de pista, com medalha de ouro (a meias com Rui Oliveira) e prata. Pedro Pichardo, prata no triplo-salto, e Patrícia Sampaio, bronze no judo, foram os outros medalhados lusos. Vários atletas ficaram perto de também conquistar o metal precioso e alguns não o conseguiram por muito pouco. Por exemplo: a dupla da canoagem João Ribeiro/Messias Batista falhou a prata por seis décimas. Já nos Jogos Paralímpicos, Portugal saiu com sete medalhas (dois ouros, uma prata e quatro bronzes). Miguel Monteiro, Sandro Baessa, Carolina Duarte, Cristina Gonçalves, Djibrilo Iafa, Diogo Cancela e Luís Costa (este com controlo antidoping positivo) foram os conquistadores. No último dia do evento, a comitiva recebeu a triste notícia: morreu José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal.
Campeões mundiais e europeus na piscina
Este foi um ano de ouro para a natação portuguesa. Em fevereiro, Diogo Ribeiro fez o que nunca tinha sido feito e sagrou-se duplo campeão do mundo dos 50 e dos 100 metros mariposa, em Doha, no Qatar. Foi o primeiro nadador português a subir ao lugar mais alto do pódio em mundiais. Já Camila Rebelo nos 200 metros costas, a 18 de junho, em Belgrado, com o tempo de 2.08,95 minutos. Nos Jogos Olímpicos a sorte não sorriu aos atletas lusos, mas o contexto era diferente das duas provas anteriores.
Acontecimentos no Entretenimento
José Castelo Branco acusado de violência doméstica
No dia 20 de abril, Betty Grafstein, deu entrada na CUF de Cascais, no seguimento de uma suposta queda, com lesões no corpo. No entanto, a 2 de maio, a socialite denunciou o seu marido José Castelo Branco aos profissionais de saúde por alegadas atitudes de violência doméstica. Como consequência das acusações, foi detido pela GNR na zona do Estoril e conduzido ao Tribunal de Sintra na manhã do dia 7 de maio, pouco antes de se dirigir à TVI, para ser entrevistado no Dois às 10, com Cristina Ferreira e Cláudio Ramos sobre o assunto. Castelo Branco acabou por ficar impedido judicialmente de ficar a menos de um quilómetro de distância do local onde estivesse a esposa e de contactar a mesma. No seguinte dia 24 de maio, foi-lhe colocada uma pulseira eletrónica. No início de junho, o filho de Betty, Roger Basile, levou a mãe de volta para os Estados Unidos. Por esse motivo, mais tarde e no mesmo mês, a pulseira eletrónica foi retirada ao arguido. Em junho, foi noticiado que após a revisão das medidas de coação aplicadas ao socialite por suspeitas de violência doméstica, teria de entregar os seus três passaportes (português, moçambicano e norte-americano) às autoridades, apresentação no posto policial da área de residência uma vez por semana e proibição de contacto, por qualquer meio, com a vítima. Posteriormente, a defesa do arguido anunciou que iria recorrer dessa decisão. Em julho, o Tribunal de Sintra alterou as medidas de coação atribuídas ao arguido, deixando de ser obrigatórias as apresentações semanais num posto da GNR e mantendo as restantes já aplicadas. Contudo, a 25 de novembro, o Ministério Público acusou-o do crime de violência doméstica, por suspeitas de violência praticada contra a esposa.
As estreias dos novos canais de televisão por cabo e uma de rádio
A 17 de junho, o grupo Medialivre que pertence ao Correio da Manhã e CMTV lançou o novo canal informativo News Now (mais conhecida como a Now) na posição 9 em todas as operadoras.
A 11 de novembro, o mesmo grupo lançou uma nova estação de rádio com a marca do Correio da Manhã a CMR - Correio da Manhã Rádio que junta o jornal, digital e a televisão, servindo de fusão entre a Rádio Festival e Rádio SBSR (Super Bock Super Rock).
A 09 de agosto, a TVI Ficção chega ao fim após 12 anos de emissão e a TVI lançou um novo canal generalista intitulado V+ TVI na posições 12 (MEO e Vodafone) e 18 (19 nos Açores e Madeira) na NOS.
A 01 de outubro, após o fim da TVI Ficção e sendo um exclusivo da OPTO, a SIC lançou o novo canal temático semelhante dedicado à ficção SIC Novelas na posições 14 da MEO, 131 na NOS e 69 na Vodafone.
Personalidades que já partiram
Por cá, 2024 foi um ano marcado pelo desaparecimento de alguns de grande nomes das várias áreas: a atriz, modelo e ex-concorrente da Quinta das Celebridades Ana Afonso, o cineasta António-Pedro Vasconcelos, as atrizes Estrela Novais, Graça Lobo, Alina Vaz e a viúva de José Viana (1922-2003) Dora Leal, o atores António Évora e Ricardo Peres, o jornalista Pedro Cruz, o antigo selecionador nacional Artur Jorge, a ex-Procuradora Geral da República Joana Marques Vidal, o realizador de rádio Armando Carvalhêda, o político açoriano Álvaro Monjardino, a cantora do Brincar Com os Clássicos e fundadora dos Onda Choc e Queijinhos Frescos Ana Faria, o cantor e compositor Fausto Bordalo Dias, a cantora e fadista Mísia, o intérprete de Verde Vinho Paulo Alexandre, o realizador Fenando Fragata, o produtor da TVI Casmiro Rosa, o comentador desportivo Pedro Guerra, a taróloga e antiga apresentadora de televisão Heloísa Miranda e o mais irreparável foi o cantor Marco Paulo, que após a sua morte têm feito correr muita tinta na imprensa e em envolto em polémica, por causa da herança que incluí o compadre, o afilhado e o bombeiro de Braga, excluindo os irmãos Alfredo e Ernesto e os sobrinhos no testamento.
E lá fora, também desapareceram no mundo dos vivos: o criador de Dragon Ball Aikira Toriyama, a atriz que dava voz a Doraemon Nobuyo Oyama, os atores da novela Roque Santeiro Ilva Niño (Mina) e Paulo César Pereiro (Benevides), a atriz brasileira Jandira Martini, os atores brasileiros Emiliano Queiroz e Ney Latorraca, a atriz norte-americana Barbara Rush, o ator da série Alf Benji Gregory, o ator norte-americano Bill Cobbs, o irmão de Michael Jackson Tito Jackson, o apresentador brasileiro e dono do SBT Sílvio Santos, o cantor e ex-vocalista dos One Direction Liam Payne e o antigo presidente dos EUA Jimmy Carter.
Fontes: Rádio Renascença, RTP Notícias e Wikipédia (adaptado)
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