Tornou-se um dos maiores ídolos da música portuguesa, os caracóis, a pose e o microfone a saltar na mão eram imagem de marca. Sendo um homem de fé, enfrentou várias batalhas, contudo, uma terrível doença calou a sua voz para sempre aos 75 anos de idade. No dia do seu funeral, O Cantinho do André presta uma singela homenagem ao popular e polémico cantor conhecido com o seus grandes êxitos que ficaram no ouvido tais como Eu Tenho Dois Amores, Taras e Manias ou Maravilhoso Coração.
Marco Paulo, cuja o nome verdadeiro de João Simão da Silva, nasceu a 21 de janeiro de 1945 em Mourão, no distrito de Évora, no Alentejo.
Estreou-se nas festas de Alenquer a cantar a Campanera de Joselito, um pequeno cantor espanhol famoso na altura.
No ano seguinte, teve o maestro Nóbrega e Sousa a acompanhá-lo, ao vivo.
Aos 14 anos, entra para o rancho folclórico de Alenquer, onde esteve dois anos como cantor até ir viver para o Barreiro. Apesar de ter nascido no Alentejo, acabou por viver em várias zonas do país, devido à profissão do pai - de Celorico de Basto a Alcabideche, Alenquer e Arcos de Valdevez; fixou-se em 1963 no município do Barreiro.
Nesta altura participou num ensaio da cantora Cidália Meireles e captou atenções, que o levou no programa de televisão de grande sucesso, o Tu Cá, Tu Lá na RTP em 1965. Dez anos depois em 1973, participou na revista Simplesmente Revista no Teatro Capitólio, com José Viana.
Participou pela primeira vez no Festival da Canção da Figueira da Foz com o tema Vida, Alma e Coração, de Eduardo Damas e Manuel Paião.
Mário Martins um dos grandes amigos do cantor, da Valentim de Carvalho (a grande editora dos maiores nomes do mercado como Duo Ouro Negro, Amália e Carlos Paredes) convida-o para gravar um disco.
Carreira musical
O seu primeiro disco, editado no ano de 1966, foi um EP com os temas Não Sei, Estive Enamorado, O Mal às Vezes é Um Bem e Vê.
Em 1967 participa pela primeira vez no Festival RTP da Canção com o tema Sou Tão Feliz de António Sousa Freitas e Nóbrega e Sousa.
Foi depois para a Madeira cantar com Madalena Iglésias. A partir daí passou a profissional.
No mesmo ano, grava com Simone de Oliveira, a versão portuguesa de Something Stupid de Frank e Nancy Sinatra, o tema intitulado Tu Só Tu.
Foi chamado para a tropa tendo ido para a Guiné-Bissau onde foi escriturário e esteve à beira da morte, quando levou um tiro na cabeça de forma acidental. Mário Martins, fazia sempre questão que ele viesse de férias ao continente onde gravou os discos que iam sendo lançados. Foram gravados vários EP's e um álbum.
No ano de 1970 grava, com músicos do Quarteto 1111, versões de temas do Eurofestival desse ano como Gwendoline e Todas as Coisas Me Falam de Ti. Não chega a participar no concurso Olimpíadas da Canção com O Homem e o Mar por ficar desclassificado.
No ano de 1972 fica em quarto lugar no concurso Rei da Rádio desse ano.
Depois da revolução do 25 de abril de 1974, em 1975, é lançado o single O Mais Feliz do Mundo.
1977 é o ano do single No Comboio da Meia Noite, versão de um tema da autoria de Peter Yellowstone e Robert Danova.
Em 1978, conquistou o seu primeiro disco de ouro com o single Canção Proibida e Ninguém Ninguém, com 85 mil cópias vendidas. No ano seguinte em 1979, foi novamente disco de ouro com Mulher Sentimental.
O single Eu Tenho Dois Amores, versão de Petra, do grego Giorgos Hatzinasios, editado em 1980, torna-se no seu maior êxito com 195 mil discos vendidos (3 discos de Ouro, 1 de Prata).
Em 1981 é editado o single Mais e Mais Amor, que atinge um disco de prata e dois de ouro, com 130 mil discos vendidos.
Em 1982, regressa ao Festival da Canção com Se Este Amor Acabar é o Fim do Mundo, da autoria de João Henrique e Fernando Guerra, mas o tema passou quase despercebido.
Participa no Festival da OTI em 1989 com Rosa Morena da autoria de Mário Martins e Nuno Nazareth Fernandes.
Entre muitos êxitos (e álbuns), destacam-se ainda temas como Maravilhoso Coração, Taras e Manias (1991), Sempre Que Brilha o Sol (1988), Amor Eterno (1997), Na Hora do Adeus (2009), Mulher de 40 (1991), Amor Sem Limite (2004), Morena Morenita (1984) Anita (1983), Joana (1988), Susana, Gabriela (Já Te Vi) (1995), O Que é Que Fazes Esta Noite (2015) ou, mais recente, Casa Amarela do seu último álbum Por Ti em 2022.
Marco Paulo era católico e devoto a Nossa Senhora de Fátima, aliás, uma das suas músicas de sucesso é precisamente dedicada à religião, Nossa Senhora.
Ao longo destes quase 60 anos de carreira, o artista conquistou uma legião de mais de cinco milhões de fãs, 140 discos de platina, ouro, prata e um diamante lançados, recebeu 140 troféus, como um Globo de Ouro de Prémio Mérito e Excelência em 2016 e em 2022 foi tendo sido condecorado de Comendador de Ordem Infante D. Henrique pelas mãos do Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa.
Carreira na televisão
Estreou-se como apresentador na RTP, no programa Eu Tenho Dois Amores emitido nas noite de domingo entre 1994 e 1995 e contava com entrevistas a convidados ligados ao meio musical e artístico, momentos musicais do cantor, e um sketch da autoria de Rosa Lobato de Faria interpretada pela então estreante Maria Rueff.
Entre 1995 e 1996, voltou a apresentação no programa Marco Paulo com Música no Coração.
Entre 2021 e 2024, estava no ar na SIC com o seu programa semanal aos sábados Alô Marco Paulo, ao lado de Ana Marques.
Em 2023, a SIC e plataforma de streaming OPTO estrearam uma minissérie de ficção biográfica de 3 episódios Marco Paulo - A História da Minha Vida, produzido pela Coral Europa, realizado por Manuel Pureza e protagonizado por Diogo Martins e Fernando Luís.
Vida Pessoal
Marco Paulo nunca se casou e nunca teve filhos, contudo, teve um filho que nunca teve, o afilhado chamado Marco António, mais conhecido como Marquinho, filho de Toni e Lurdes.
Na capa da revista Maria em 1991. |
Ao lado do afilhado Marquinho na capa da revista Nova Gente em 1992. |
Em 1996, foi diagnosticado pela primeira vez com cancro no abdómen, só muito recentemente o cantor revelou, em entrevista ao Correio da Manhã, que afinal se tinha tratado de um cancro no testículo direito.
Na capa da revista TV 7 Dias em 1996, sobre a sua doença. |
Na capa da revista Maria em 1997, quando estava a recuperar o cancro. |
Na capa da TV Guia em 1997, quando estava recuperado do cancro. |
Ao lado da cantora espanhola Maria José Santiago, na polémica capa da revista Nova Gente em 1998 e criou o rumor de que existia um romance entre os dois. |
Mais tarde, em 2002, o artista sofreu uma grande perda na sua vida quando viu partir a mãe Maria Isabel da Silva. Nove anos depois, em 2011, perdeu o seu pai.
Perdeu a sua irmã Maria de Fátima, vítima de cancro em 2015.
Cerca de 23 anos depois, em 2019, foi-lhe diagnosticado um cancro da mama, apesar de muito raro nos homens. O artista conseguiu recuperar da doença, mas, em 2022, foram descobertas metástases no pulmão e depois o mais crítico no fígado. Marco Paulo ainda esteve a fazer tratamentos de quimioterapia, mas não estava a resultar e não resistiu à doença.
Morreu a 24 de outubro de 2024 aos 79 anos de idade.
Fonte: Wikipédia, RTP Notícias e Notícias ao Minuto (adaptado)
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