José Rogério dos Anjos Filipe da Conceição Samora nasceu em Lisboa a 28 de outubro de 1959. Viveu com a avó materna nos primeiros anos de vida e começou a fazer teatro amador ainda nos tempos de liceu.
Frequentou o curso de Teatro (Formação de Atores), na Escola Superior de Teatro e Cinema, e teve a sua estreia profissional na Casa da Comédia, na peça A Paixão Segundo Pier Paolo Pasolini, de René Kalisky, valeu-lhe o Prémio de Ator Revelação, da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro, em 1981, dirigido por Filipe La Féria.
Sob a direção de La Féria, participou ainda em A Marquesa de Sade, de Yukio Mishima, A Ilha do Oriente, de Mário Cláudio, e em Eva Perón, de Copi.
Trabalhou também com Carlos Avilez, diretor e fundador do Teatro Experimental de Cascais, onde se apresentou em peças como Hamlet, de William Shakespeare, e em Erros Meus, Má Fortuna, Amor Ardente, de Natália Correia.
O ator trabalhou com outros encenadores, como Fernanda Lapa, em "Medeia é bom rapaz", de Luís Riaza, As Bacantes, de Eurípides, e em Sétimo Céu, de Caryl Churchill, com Artur Ramos, em A Castro, de António Ferreira, com Luís Miguel Cintra, em Cimbelino, de Shakespeare, e com Solveig Nordlund, em Traições, de Harold Pinter.
Carreira no cinema
Participou em quase meia centena de longas-metragens no cinema, incluindo alguns filmes internacionais (Diário de Um Novo Mundo, La Caja - Quatro Mulheres e um Morto) e sucessos como O Crime do Padre Amaro e O Filme do Bruno Aleixo onde interpretou o Homem do Bussaco.
Destacam-se a colaboração regular com Manoel de Oliveira (Os Canibais, A Caixa, Party, Palavra e Utopia, Porto da Minha Infância, O Quinto Império - Ontem como Hoje e Singularidades de uma Rapariga Loura) e títulos de Luís Filipe Rocha (Sinais de Fogo e A Passagem da Noite), João Mário Grilo (Longe da Vista e A Falha), António Pedro Vasconcelos (Aqui d'El Rei!, Jaime e Os Imortais), João Botelho (Quem És Tu?, O Fatalista e A Corte do Norte), Joaquim Leitão (Adão e Eva, Inferno), Rosa Coutinho Cabral (Serenidade e Lavado em Lágrimas), José Fonseca e Costa (Viúva Rica Solteira Não Fica), José Álvaro Morais (O Bobo), Artur Semedo (Um Crime de Luxo), Manuel Mozos (Xavier), Maria de Medeiros (Capitães de Abril), Raoul Ruiz (Combate de Amor em Sonho), Jorge Cramez (O Capacete Dourado), Bruno de Almeida (The Lovebirds), Jorge Paixão da Costa (O Mistério da Estrada de Sintra), Miguel Gomes (As Mil e Uma Noites - Volume 1 e 2) e Sérgio Tréfaut (Raiva).
Entre as suas interpretações mais destacadas, constam 98 Octanas (2006) de Fernando Lopes, realizador que também o dirigiu em O Delfim, valendo-lhe uma nomeação para Melhor Ator nos Globos de Ouro de 2003, e em Lá Fora; co-protagonizando ambos com Alexandra Lencastre.
Chamado também, com frequência, para dobragens de cinema de animação, participou, por exemplo, na dobragem portuguesa do filme O Rei Leão, dando voz ao vilão Scar quer nos diálogos, quer nas canções.
Carreira na televisão
Em 1980 fez figuração no telefilme Entre Giestas, mas a sua a grande estreia foi na primeira telenovela portuguesa Vila Faia de 1982, onde contracenou com Nicolau Breyner.
Seguida participou em várias telenovelas da RTP entre elas Pedra Sobre Pedra da Globo (1992), A Banqueira do Povo (1993), Roseira Brava (1996), A Grande Aposta (1997) e na TVI em Fascínios (2007), Flor do Mar (2008) e Mar de Paixão (2010).
Contracenando com a sua "amiga de longa data" Alexandra Lencastre na novela A Banqueira do Povo da RTP em 1993. |
Na SIC foi presença assídua em várias projetos de ficção Ganância (2001), Fúria de Viver (2002), O Jogo (2004), Jura (2006), Rosa Fogo (2011), Sol de Inverno (2013), Mar Salgado (2015), Poderosas (2015), Amor Maior (2016), Golpe de Sorte (2019) e Nazaré (2019).
No currículo, participou em várias séries, sitcoms e telefilmes como Cobardias (1988), Alentejo Sem Lei (1989), Os Melhores Anos (1990), Os Contos do Mocho Sábio (1992), Giras e Pirosas (1993), A Mulher do Senhor Ministro (1995), Sai da Minha Vida, Não Há Duas Sem Três (1997), Ballet Rose, Médico de Família, Diário de Maria (1998), Jornalistas, Hotel Bon Séjur (1999), Residencial Tejo, Querida Mãe, Querido Professor, Super Pai (2000), Regresso a Sizalinda (2006), Nome de Código: Sintra (2007), A Última Aposta em Casos da Vida, Equador (2008), Destino Imortal (2010), também em produções estrangeiras e em 1990 protagonizou a série policial O Beijo de Judas na RTP1.
Para além de ator, foi apresentador de alguns programas na TVI nos anos 90 com Queridos Inimigos ao lado de Margarida Reis e posteriormente Mila Ferreira, Mano a Mano e a série Cluedo, baseada no famoso jogo de tabuleiro da Hasbro.
Em 2020, participou no programa A Máscara com a sua personagem Ananás.
O seu último trabalho em televisão foi na telenovela Amor Amor da SIC, que dava a vida a Cajó, onde sofreu uma paragens cardiorrespiratória durante as gravações, a 20 de julho, e acabou por ser substituído por Miguel Guilherme que desempenha a personagem Pepe.
Vida pessoal
Samora mantinha uma vida pessoal muito reservada. Casou aos 19 anos com Leonor e sempre a manteve escondida dos holofotes. O casamento durou 13 anos, altura em que os dois se divorciaram. "Eu já tive grandes paixões na minha vida. Uma delas levou-me a casar. Foi em 1979. Lembro-me que a pedi em casamento por telefone", recordou o ator à TV Guia em 2007.
No entanto, o ator teve o sonho de ser pai, algo que, há cerca de 30 anos, esteve quase a acontecer. Contudo, a então mulher sofreu um aborto: "Vamos acreditar que foi Deus que não quis que ele nascesse".
Rogério Samora com o seu antigo cão na capa da revista TV Guia de 1998 Com a sua cadela Roca, que depois da morte do ator, foi entregue aos seu primo Carlos. |
Já teve dois romances com a atriz Mafalda Rodiles e a última com a jornalista da TVI Conceição Queiroz.
Em 2018, anunciou o fim da carreira, o que não se concretizou. Nesse ano, abriu um hotel no Porto, denominado Golden Holidays by Rogério Samora.
A ex-mulher, o primo acompanharam o ator na sua luta pela vida no Hospital Amadora-Sintra, onde esteve internado.
Morreu em 15 de dezembro de 2021 no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, na Amadora, onde estava internado na sequência de febre persistente, não tendo resistido ao quadro clínico de coma profundo durante 148 dias.
Fontes: SIC Notícias, NOVO, Jornal de Negócios e SAPO MAG (adaptado)
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